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Mostrando postagens de 2017

Enjoo

Sabe daqueles dias que começam bem, mas que ao decorrer das horas o corpo começa a dar sinais de cansaço (ou de alguma coisa que não saberia dizer o que é) e você se vê num mal estar fisico e mental. Tive enjoo, colica e pensamentos inseguros e ruins sobre mim, sobre os outros e principalmente sobre minha relação com eles. Na volta para a casa, contando os minutos e parecia que tudo ia mais devagar, eu me lembrei da ultima vez, a uns bons 15 anos, que morei na minha cidade natal. Me lembrei que era uma menina sem muitos sonhos ou propósitos, saindo da faculdade e se recuperando quase que milagrosamente de um problema na perna (que até hoje é difícil entender o que realmente ocorreu) que me deixou de cama, sem andar, por alguns meses, Lembro que eu só tinha no coração a certeza de que eu era grata. Sei lá pelo quê, para quem e por quê mas eu era. Não tinha grandes ambições a não ser me recuperar em definitivo e arrumar um emprego. Lá eu passei fome. Sim, cheguei a ficar vá

A Gaia Ciência...

Eu sou vários! Há multidões em mim. Na mesa de minha alma sentam-se muitos, e eu sou todos eles. Há um velho, uma criança, um sábio, um tolo. Você nunca saberá com quem está sentado ou quanto tempo permanecerá com cada um de mim. Mas prometo que, se nos sentarmos à mesa, nesse ritual sagrado eu lhe entregarei ao menos um dos tantos que sou, e correrei os riscos de estarmos juntos no mesmo plano. Desde logo, evite ilusões: também tenho um lado mau, ruim, que tento manter preso e que quando se solta me envergonha. Não sou santo, nem exemplo, infelizmente. Entre tantos, um dia me descubro, um dia serei eu mesmo, definitivamente. Como já foi dito: ouse conquistar a ti mesmo.  Nietzsche - A Gaia Ciência. (via calabarr)

Abbraccio

Você conhece alguém que faz você sentir aquele friozinho na barriga, alguém que, com o toque, faça você estremecer? É comum vermos bocas que nos atraiam, sorrisos que nos desmontam e olhares que nos encantam. É comum nos atrairmos pelo perfume bom que fica em nós depois do abraço. Mas como é difícil aquela conexão mental daquela conversa boa de que você não quer se despedir. De quem faz você abrir o seu coração; aquela conversa boa que permite que você seja simplesmente você. Como é raro ter alguém para falar das nossas paixões malucas, dos nossos gostos peculiares e dizer ao outro o quanto detestamos dieta. É raro encontrar alguém com quem a gente possa falar sem medo da reprovação e que ri da nossa risada. É raro quem queira rir conosco das bobagens dessa vida e que divida as suas piadas mais sem graça nos fazendo rir. É comum quem chega e arrepia com um beijo ao pé do ouvido, difícil é quem vem e nos arrepia com uma conversa boa, daquelas que você não se cansa, daquel

Embriaguez

Eu tenho fome, tenho sede. Desejo aquilo que não quero. Desconheço o erro, o perigo e o concreto. Quero dançar com a morte de mãos dadas com a vida para ver se consigo entender suas diferenças. Quero gritar ao infinito tudo o que eu não tenho e chamar de meu para depois perceber o vazio. Eu tenho frio. Tenho sono e minha boca está seca de tantos que não bebi. Fiz a festa para o presente e nada daquilo que convidei sequer apareceu. Ficamos sós, ocos, incertos e furtivos. Marginal dessa madrugada que ainda não aconteceu, só aqui dentro, em meio ao turbulento clima que se apoderar de mim.  A palavra existiu. E como um bálsamo que cura feridas ela se fez. Transcendeu a dor e a confusão.  Virou poesia, voou para o céu.

Semana de 30 dias

Hoje é quarta-feira... Meio da semana. Mas a intensidade das emoções, acontecimentos e re-significações deram a ela uns 30 dias a mais. Já fiquei cansada, deprimida, feliz, fui para o inferno e voltei trazendo amigos, meditei e vi coisas que não queria ver. Aceitei e dispensei. Trabalhei, perdi e ganhei. No computo disso tudo uma coisa é certa: Estou meio cansada e meio em paz. De certa forma, existe uma superação de limites fortíssima acontecendo aqui dentro. Ainda confusa, meio sem norte mas com a certeza de que vou saber escolher as melhores escolhas. Tenho medo. Sim. Medo talvez seja o maior adjetivo desta semana de 30 dias. Medo de não dar conta, de não conseguir, de errar, de não saber distinguir o que é meu e o que é do outro. Mas ao mesmo tempo, de uma forma singela e protetora, acho que estou caminhando bem. A meditação, o estado de pensar focado e a certeza de que tem coisas que me assustam identificadas me ajuda a definir minhas estratégias e caminhos.

Iris por mim mesma: A viagem

E cá estou eu mais uma vez. Há, no ar que eu respiro, nos meus movimentos leves e livres e nas paisagens por onde passo, uma novidade, uma vitoria, um suspiro de possibilidades. Me tornei nova, modifiquei meu corpo e espírito e sigo modificando com o intuito de ser melhorzinha e ter um legado mais altruísta para deixar aos meus. É engraçado que, a um ano atrás eu me lembro. Em um retiro espiritual em fevereiro onde eu me deparei com a minha unica versão. A real Iris sem máscaras, sem desculpas e sem possibilidades de ser plena. Foram dias (quantos dias sem fim...) que eu chorei muito, fiquei profundamente triste com o que vi e me senti falha, incompleta de mim mesma e detestei cada nova nuance dessa Iris crua que se mostrava para mim. Eu tinha apenas duas alternativas mais próximas a seguir, dentro daquilo que sou culturalmente e socialmente falando: renegar profundamente essa real pessoa que se apresentava a mim, tão perdida, triste e sofrida, para seguir vivendo uma falsa ilu

Um aniversário

Hoje é aniversário de São Paulo, minha terra. Cidade em que nasci e aprendi a ser eu mesma. Onde me foram dados valores, culturas, aprendizados profundos que permeiam meus dias até hoje e que a 117 anos abriga meu clã. Em São paulo, ainda que por menos tempo que eu gostaria, eu ganhei bases sólidas para viver a grande aventura que foi proposta a mim. Por este motivo onde quer que eu vá, em que língua ou sotaque eu fale, com quem quer que me relacione, Sampa, a cidade, ainda se revela dentro de mim. Acho até que exalo Paulistanice. Considero muito meus dias por lá, uma grande escola, onde fiz grande parte dos meus verdadeiros amigos que até hoje, mesmo a distância, estão nos meus dias da forma que é possível. Gosto de pensar em Sampa com minha mentora. Embora eu fale que nunca mais voltaria, que é tudo muito estressante e que eu realmente adoro morar onde eu moro, na verdade eu amo minhas origens e minha terra e tudo o que nela engloba. E amo ser filha dessa loucura toda p