Eu tenho fome, tenho sede. Desejo aquilo que não quero. Desconheço o erro, o perigo e o concreto.
Quero dançar com a morte de mãos dadas com a vida para ver se consigo entender suas diferenças.
Quero gritar ao infinito tudo o que eu não tenho e chamar de meu para depois perceber o vazio.
Eu tenho frio. Tenho sono e minha boca está seca de tantos que não bebi.
Fiz a festa para o presente e nada daquilo que convidei sequer apareceu. Ficamos sós, ocos, incertos e furtivos.
Marginal dessa madrugada que ainda não aconteceu, só aqui dentro, em meio ao turbulento clima que se apoderar de mim.
A palavra existiu.
E como um bálsamo que cura feridas ela se fez. Transcendeu a dor e a confusão.
Virou poesia, voou para o céu.