Pular para o conteúdo principal
alguem apagou uma luz...mas de certa forma acendeu a que estava lá fora, inquieta, absorta em pensamentos declaradamente reais que, ao cair da noite se iluminaram com a esperança do asfalto molhado pela neblina suave daqueles dias invernais. embora a face rubra e cintilante de suas perfeitas nuances multicolores conseguissem desenvolver dentro de cada transeunte que passava por lá, naquele momento, nada parecia mais forte e com total intensidade que aquele olhar languido e triste da menina rica, que pobremente vivia dentro do seu castelo urbano fechado meio a tantos outros castelos com heliporto, terraços a milhas de distancia do solo e temperaturas fortemente agredidas pelo vento. na verdade ela sabia que aquilo tudo era uma desculpa, uma grande desculpa para estar dentro da sua pobreza sem sentido e nao enchergar sua grande riqueza, podendo assim gozar de uma vida cheia de beneficios e luxos que sua consciencia infantil lhe privara.
mas o destino se disfarçou de inimigo para ajuda-la a se libertar e jogar suas tranças, psicologicas, longas para fora daquele lugar, permitindo assim a entrada de seu salvador, nada bem vindo, disfarçado de morte, dor e ação. na verdade ele estava atras de arrebatar a apatia insistende de dentro daquele coração mas, ela interpretou sua invasiva chegada com o horror de quem conhece o primeiro sopro dentro dos pulmoes e a dor quase paralizante lhe deixou levar pelo seu algos, que a parti desse momento fazia dentro de sua pequena e ridicula vida, o papel de heroi, anonimo, cumplice e displicente heroi. que invade vidas pacatamente tristes e falidas para transportar a um universo real, sim. pois a vida realmente é feita de infernos reais e crueis e só as meninas ricas podem viver. e ela foi. sem saber o que haveria abaixo daquela tensa e romantica neblina, do alto daquele arranhaceu, e acordou torpe num canto de uma rua morta, em uma sargeta suja e cheia de insetos, deserta, inquieta e surpresa. nada havia ali para associar. começava entao a mudança de sua sorte. mal sabia ela, e ainda nao sabe, a quantas ainda percorrerá seu coração. não há principes nesse mundo. ela vai descobrir. ainda que se quebre, se destrua por dentro ao perceber que seu castelo esta em ruinas. isso acontecerá. agora. pois ela esta solta.e nada pode impedir que saia daquela sargeta. a nao ser, sua propria condição de total pobreza.mutavel condição imposta por ela mesma.
até amanha.

Postagens mais visitadas deste blog

O pós do apocalipse

É como se fosse um dia depois, nos escombros. A gente procurando reconstruir aquilo que ainda está de pé e lamentando as ruidas daqueles pilares que não irão mais se erguer. É um misto de morte com um incessante folego de vida, de querer, de ter por conta de...sabe lá oque, emergir da poeira e rastros desse pequeno apocalipse doméstico. Ainda há muito o que vasculhar, recuperar e se despedir. É um dia de trabalho intenso nesses escombros que se apresentam no cenário. E o mais sensato, ainda que automático, pois está desprovido de emoções reais, é levantar e recomeçar no novo mundo. Seja ele como for.
Sim...uma das piores coisas que existem na vida de um ser humano é ficar resfriado...ontem sai do treino numa chuvinha ridiculamente fina mas malvada. E acabei ficando pior do que já estava...aliás...tem coisa pior que nariz entupido? É muito chaaato. Por que ai vira uma bola de neve pois respiro ar frio e a coitada da garganta que já não está lá aquelas coisas fica pior... Ontem ia começar kenjutsu mas num teve...o sempai também tava dodói. Tá vendo porque gripe e resfriado são melecas?! Atrapalham a vida de todo mundo! Agora por exemplo está me atrapalhando a escrever pois tenho que parar de digitar e tossir ou limpar o nariz...uó Falando em nariz na volta do treino encontro em casa minha gata preta básica Boolie Boolie...ruiva!!! Não sei como ela conseguiu chegar até a água oxigenada do armário do banheiro mas sei que ela esta com indiscretas manchas vermelhas no seu pelo...tá muito engraçado...depois mostro foto da pequena maluca. Tinha que limpar a casa mas tô com aquela moleza ch...

Solidão

  Heis que faz eco meu coração. A medida que minha idade avança e já não sou mais aquela de 2003, que contava com a sorte, sonhava com o resgate ideal, o destino perfeito, a vida rotineira. Percebo hoje que de tudo que fui e que sou, resta um sopro de autenticidade e solidão. No final da estrada, quer haja bifurcações ou não para chegar no destino, quem vai sou eu. As bagagens que eu, ingenuamente, carregava hora como um troféu, hora como norte, já ficaram para trás a muito tempo e hoje me restam nas mãos as poeiras do caminho, na pele as marcas da jornada e na mente uma juventude renovada de quem vive uma eternidade, ainda que as pedras e obstáculos do percurso atual, façam tudo parecer tão único, urgente e final. Hoje me encontro no derradeiro desfecho desse percurso onde o destino nada mais é do que uma representação da viagem em busca do Graal. Há um corpo cansado, uma mente anuviada pela quantidade de impressões e percepções nas paisagens vistas em contraposição a uma alma que...