Então... eu começo a acreditar que não existem despedidas. Acho até que essa coisa chorosa, triste e emocionalmente incontrolável não caracteriza uma despedida.
Não sei se estou certa ou errada. Talvez não exista mais despedidas para mim. No começo eu chorava de saudades, depois os olhos marejavam de lagrimas. Tinha vezes que ficava semanas lembrando como faria falta viver aqueles momentos naqueles lugares ou com aquelas pessoas que eu provavelmente não veria mais.
Acho que era sensação de perda mesmo. Saber que aquilo ou aqueles não fariam parte dos meus dias de forma presente, fisica, real e imediata.
Também penso que o tempo que a gente passa conquistando e "perdendo" é eterno ou passageiro de acordo com nosso modo de pensar. Acho que estou confusa pois não sinto a falta agora. Nesse exato momento me sinto completamente cheia de alguém que não pertece mais aos meus dias.
E o mais engraçado é que tudo permanece tranquilo e a certeza da companhia segue comigo de forma tão intensa que nem parece que algo se quebrou, caminhos se descruzaram ou perderam a direção paralela.
Disso tudo eu entendo uma coisa, ou duas. Não sei. Apenas sinto que nada termina sem chegar ao fim de tudo e esse fim, dentro de uma eternidade demora muito para chegar. E nesse pensamento consigo crer piamente que não se separam algumas pessoas que já andam juntas a muito tempo, antes do tempo de agora, no tempo em que não lembramos nossos rostos e historias.
Acho até que entendo cada vez mais claramente o feliz reencontro. E como é reencontro a gente se esbarra assim como se esbarrou outras vezes, pois existem mais ligações do que essa de agora que parece se quebrar.
Não. Para algumas coisas, pessoas e lugares não existem despedidas. Eles fazem parte de nossa eternidade e sempre, ainda que o tempo seja o fator que confunda os olhares, havera a alegria de reencontrar, como se nada tivesse mudado, embora tudo seja diferente.