Mas na realidade não é nada disso que me preocupa hoje porque esta guerra tem reflexos diretos com a que acontece dentro de mim. Hoje eu vivo no mundo de forma bem distante das corriqueirices, tentando entrar para dentro de mim, me conhecer e me melhorar para alguma coisa maior que acredito que exista depois disto tudo.
Na verdade não sei o que significa exatamente aquele lance de "macacos" e "bananas" e um cara com um nome comum envolvido, imagino que seja um jogador de futebol famoso. Ando alienada do mundo. Não vejo TV aberta, não entro no transe coletivo que os canais populares gostam de nos induzir com noticias tristes e dramáticas.
Também tenho evitado o drama pessoal. O gasto desnecessário de energias tentando ser alguma coisa proxima aquilo que os outros desejam dentro de nós. Esta parte é mais complicada mas tenho tentado me abster desta "desonestidade" voluntaria que todos os dias provocamos dentro de nós.
Me sinto só. Andando calmamente no meio de uma multidão amalucada e perdida sem conseguir muita interação. Acho que cansei de tentar ser alguma coisa por causa das pessoas e resolvi tentar ser algo ou alguém por minha causa.
Esse desvincular com a realidade da condição humana atual, cheia de foco no que vê, copiando coisas que não sente para dentro de si e re-significando as coisas naturais, é um pouco cansativo mas me permite pensar por mim mesma. A medida que penso sob um ponto de vista mais liberto de influencias comuns eu posso estudar, testar e aprender melhor e isto envolve praticamente todos os aspectos daquilo que se chama viver.
Mas a medida que aprendemos enxergamos algumas coisas mais claramente e com suas cores mais sinceras e reais e isto muda rumos, ideais, sonhos e vontades que eram tão certas, tão sinceramente perfeitas para nossas vidas que chegam a desnortear quando se mostram ilusórias e pouco eficientes para nosso bem comum e até da sociedade em geral.
Eu ando neste labirinto agora. Exatamente agora meus olhos abriram e repensei meus desejos e sonhos e entendi que são mais simples do que eu imaginada. Simples, calmos e constantes. Isto seria perfeito se não fosse tão complicado perceber que, embora eu consiga hoje, redefinir meus pontos de vista, mudar os rumos errados e acertar a rota de forma mais simples, não é fácil.
É como se esvaziar e se encher novamente de coisas que não se sabe onde buscar. Aparentemente é um tipo de reeducação que te leva longe demais, nos recôncavos mais distantes que existem dentro da gente e que, ironicamente nos deixa de fora daquilo que acreditávamos que éramos nós.
Reflexos de confusão, uma rebordosa de sentimentos e sensações e um caminho. É claro que nestas condições, quando estamos totalmente despidos de nossa zona de conforto de vida, a confusão se instala e não sabemos ao certo como e por onde começar a organizar os novos pensamentos, ideias e sonho que passarão a viver dentro de nós.
Acho que a um tempo atras, nestes quase 15 anos de blog eu já disse que geralmente sei o que não quero. E realmente desta vez eu também tenho a exata noção de coisas que não são boas para mim e não deverão fazer parte dos meus dias em breve, ainda que isto vá causar grandes mudanças ao redor.
Mas a grande pergunta que me pego filosofando é: O que eu quero?
Dentro dessa logica de simples, calmo e eterno, o que é que significa "o que eu quero".