Então tive alta da psicologa. Na verdade pedi alta, num impeto de viver a vida descobrindo de forma mais gradativa meus pensamentos imperfeitos e cuidando deles de forma mais lenta.
É estranho depois de tanto tempo dividindo um set com uma pessoa que me ajudou a descobrir tanto de mim. Dá um nó na garganta.
A ideia de ser livre, sem pensamentos analisados é muito libertadora, me sinto de certa forma mais madura por ter coragem de encerrar nossas sessões e não sumir como eu fiz a muuuuito tempo atras.
Mas meu coração pesa e ao mesmo tempo fica alegre. São tantas mudanças que não vou compartilhar...ai...finalmente, de alguma forma e em algum escondido canto de mim eu cresci e tô andando sozinha. Assusta. Mesmo. E muito. Me acostumei a ser desvendada e agora eu que me desvendo.
Mas a gente precisa percorrer alguns caminhos sozinhos. Essa é a grande aventura de viver e tô na minha deixa e não vou decepcionar a mim mesma. Tô indo, passo a passo. E vai ser uma caminhada muito digna.
Eu sei. Aprendi a andar sozinha e agora coloco em prova essa habilidade. Até porque, nunca estou caminhando sozinha. A paisagem me completa em companhia.
Vou sentar nessa pedrinha aqui no inicio da estrada e chorar um pouco de medo e saudade do conforto. Mas depois sigo e bem rápido pois a noite está chegando.