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Todo mês eu me dou um presente de uns tempos para cá. Eles não tem um valor específico. Hora são meio caros e hora baratos...dependem do meu estado de necessidade dele.

Na verdade tudo que me dei até agora é mais um incentivo a mim mesma por trabalhar demais e não ter vida social ou quando esta acontece é apenas para me sociabilizar com algum parceiro discutindo sobre projetos, ou ir a dentista, psicologa ou treinar...

Bom...mas mazelas à parte o fato é que este mês me dei uma escova raquete que promete não deixar meus finos fios de cabelo emaranhados e garantir uma massagem pelo meu couro cabeludo ativando a circulação dos pequenos bulbos capilares de forma a contribuir para a saúde dos mesmos...

na verdade comprei porque achei que estava na hora de ter uma escova de cabelos compridos já que meus cabelos estão compridos...tamanho médio na verdade...

ai me animei e comprei uns trecos para cuidar dele, desbastei com gilete os fios e agora eles estão prontos para a espera de um ano até chegarem aonde quero que cheguem em comprimento...

Lembro quando eu era pequena...quanta pressa que eu tinha de deixar a "franja" crescer para poder colocar atrás da orelha que nem as "moças".

Eu lembro que até minhas Barbies tinham cabelo atrás da orelha menos eu...um dia me irritei e cortei o cabelo de todas elas...mas para ficarem fashion não de raiva...e falando a verdade...não fosse os cabelos terem arrepiados a minha barbie de cabelos marrons (sempre fui contra "loirismos") teria ficado perfeitamente moderna!

Bom...o fato é que eu num conseguia esperar nada e hoje me vejo fazendo planos até para meu cabelo daqui um ano. Entendo porque o tempo voa.

Quando a gente é criança as coisas caminham nuns super segundos que demoram eternidades por que a gente, sem querer, vive aquele momento intensamente e não fica fazendo projetos.

Hoje eu penso no cabelo em 2007, minha volta para sampa em 2008, meus kyus no treino em final de 2008, estudos...tudo já está devidamente guardado no "follow up" dos tempos.

Mas não faz muito tempo que deixei de ser "criança" neste aspecto. Hoje fui ao médico enloquecidamente tensa por causa de uma dor ardidíssima do lado direito do meu ser...achei que era torção no ovário que já ia ter que fazer laparoscopia e já estava organizando tudo dentro da minha cabeça com relação a toda minha vida parando em função desse pequeno incidente.

Pensei também no medo que teria de uma intervenção cirurgica pois praticamente todos meus parentes que foram para o hospital um dia não voltaram com vida e isso é algo que preciso trabalhar forte dentro de mim...e passei uns tempos meditando a respeito desse mundo de novas possibilidades.

A médica estranha (no sentido de não ser a minha habitual) me disse que não era torção e deu uma discreta risada da minha cara...ela deve pensar que sou maluca me auto diagnosticando...

mas sempre existira uma médica dentro de mim...não adianta...as vezes acho que deveira ter feito medicina e não desistido...mas ai penso que seria uma médica meio maluca...

bom...voltemos pois ao foco: vou fazer uns exames e ela disse que pode ser oscilações por causa do período fértil em que me encontro (sim, estou ovulando) e ai fiquei pensando se vou ter que esperar muito para esta dor passar, se vou poder treinar e me espreguiçar e cheguei a lamentar essa coisa "fresca" que é ser mulher...mas adoro ser menina e curtir cor de rosa...

Sei lá...sai da clínica feliz por que não terei, aparentemente, que fazer cirurgia nenhuma, a vida continua leve e serena e estou calma.

Ai você me pergunta: "o que tem a ver a escova de cabelos raquete com a intervenção cirurgica?"

...ok...tem a ver com paciência, tranquilidade e organização.

Sabe porque? Quando a gente é criança ser ansioso faz parte do processo de crescimento mesmo. É tanta coisa para aprender, tantos musculos a exercitar que nos perdemos nas horas e buscamos tudo para amanhã.

Esses dias minha irmã falava do meu sobrinho alguma coisa como "parece que ele não tem tempo a perder, está sempre alerta observando e pegando tudo, quer conhecer o mundo que ele vive a grandes goles".

E é assim mesmo...temos um apetite voraz por aprender e reter novas informações...Ai cê fica velho e tem que guardar estas ansiedades e mudar a postura. Você começa a planejar pois começa a perceber que as interferências diárias que mudam rotas e planos estão ali atrapalhando tudo.

O novo passa a ser visto com olhos desconfiados e receosos de algum tipo de interferência negativa para nosso trajeto.

Então a gente começa a ter que aprender a ter paciência, a usar planos B's com frequência para chegar no nosso destino.

As vezes a gente traça coisas grandes como faculdades, casamentos e grandes aquisições sem planejar e com a impaciência infantil arraigada no nosso pequeno ser e, certamente se perde nas bifurcações que a mente ansiosa nos sugestiona.

Ai aprendemos que o plano é necessário e a paciência é ouro para qualquer projeto de sucesso.

Aprendi acerca da paciencia em 2002 quando fiquei sem andar durante 3 meses em média e mais de um ano para poder ser normal novamente.

Aprendi com muita dor e solidão que a vida se faz em pequenos pontos que se ligam traçando destinos.
Aprendi a me cuidar, a ir menos longe se não conseguisse, aprendi a esperar o outro, esperar meu corpo reagir, esperar as horas certas, a ler o livro certo, ter a palavra certa e a oração quando tinha que ter.

Paciência é um estado pleno que todos precisamos para seguir na vida com sucesso. Não digo que teremos que ser resignados e ficar a merce de tudo que nos é imposto durante essa nossa estada neste pequeno mundo. Paciência é muito mais complexo que do que ser resignado e conformado.

É esperar o momento certo, silenciar e estudar o caminho e as possibilidades. Eu ousaria até dizer que para ser um bom paciente é necessário desenvolver técnicas e habilidades que só descobrimos quando precisamos esperar.

Quando a gente é pequeno o cabelo, a profissão, o brinquedo tem que chegar ontem. Quando a gente cresce para a paciência tudo passa a ser desenhado dentro do nosso livro de viver com projetos muito mais concisos e nosso cenário fica mais real e claro.

Acho bom ser paciente...exercitar a paciência e viver contemplando os momentos para entender onde esta o melhor momento para atuar.

A gente cresce, e a estratégia se modifica mas continuará com a mesma alegria do "querer adquirido" de quando éramos crianças desde que saibamos viver.
Ser adulto é bem legal também e eu me divirto muito mais hoje, com todos meus planejamentos e estratégias constantes, do que antes, quando eu ainda achava que poderia carregar o mundo com as duas mãos.

Hoje...hum...ainda acho que posso carregar o mundo sim...mas preciso de mais de duas mãos e estas definitivamente não são somente as minhas...pronto...ataque comuna!

Fui...e não vou corrigir o portugues porque to com sede..bjo

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