Pular para o conteúdo principal
hoje pela manhã eu estava lembrando da Maria Amélia, minha primeira psicóloga...na verdade segunda pois a primeira eu não gostei. Fui uma vez e ela foi idiota e ainda por cima atrasava demais. Imagine eu, no alto dos meus 13 anos com tanta coisa para fazer tinha que esperar a boa vontade da bela...achava uó e larguei.

Ai achei a Maria Amélia. Na real quem achou foi minha tia pois ela que procurava isso para mim. Umas das raras coisas que ela fez mas na verdade tenho certeza de que ela fez para ficar com a consciencia tranquila apenas. Meus pais tinham morrido a pouco e eu estava entrando numa crise enlouquecida de estafa:tonturinhas, sensações flutuantes (que me acompanharam por uns bons anos da minha adolescência).

Lembro de coisas engraçadas dessa época de psicologa. Não sei precisar ao certo onde ela foi fundamental e onde foram banais todas as sessões de terapia...mas sei que ela fez parte de uma construção muito séria de mim mesma. Achava muito monotono ela preenchendo um papel todos os dias que eu ia lá...aquela letra corrida...calmamente escrevia e para mim aquilo era quase um transe.

Tinha vezes que ia lá porque tinha que ir e ficava irritando ela com minhas abobrinhas adolescentes, outras vezes morria de ciumes quando via uma outra pessoa saindo da sala dela. No meu mundinho irreal ela era só minha. Lembro do quadro que dei a ela, da boneca...tudo feito por mim após uma crise grande de depressão.

Lembro da crise que tive quando descobri a cerca do meu pai italiano, das frases profundas que ela me dizia que até hoje, nos meus dias de adulta ecoam em minhas decisões e pequenos medos domésticos. Lembro da ultima vez que a vi, já haviam se passado 1 ano que eu mesma me dera alta devido a tantas viagens que andava fazendo. Ficamos 5 anos juntas e quando a vi foi logo que comecei a namorar sério...aquilo tudo me confundia tanto...fui até ela mas era meio tarde.

Tinha um bebe ali também, dentro daquela barrigona e por isso estava de licensa. Olhei aquilo e acho que pela primeira vez na minha adolescencia sem sentido eu fui madura. Larguei o ciume e a sensação de abandono de lado e entendi que as pessoas seguem seus caminhos.

Não procurei outra, acho que continuei naquela época seguindo alguns chavões classicos da minha existência como: "se você não falar ninguém vai saber", "pai é aquele que cria", e outras que me emocionam de pensar.

É muito bacana olhar para trás as vezes.

Postagens mais visitadas deste blog

<img src="http://br.briefcase.yahoo.com/bc/iris_ferrera/lst?.dir=/siteiris&.view=l>

O pós do apocalipse

É como se fosse um dia depois, nos escombros. A gente procurando reconstruir aquilo que ainda está de pé e lamentando as ruidas daqueles pilares que não irão mais se erguer. É um misto de morte com um incessante folego de vida, de querer, de ter por conta de...sabe lá oque, emergir da poeira e rastros desse pequeno apocalipse doméstico. Ainda há muito o que vasculhar, recuperar e se despedir. É um dia de trabalho intenso nesses escombros que se apresentam no cenário. E o mais sensato, ainda que automático, pois está desprovido de emoções reais, é levantar e recomeçar no novo mundo. Seja ele como for.
Estou empolgadíssima: Tõ lotada de trabalho até a próxima encarnação, meu namorado não gostou da idéia de eu me filiar a uma sociedade local que protege animais. Tá. Isso é chato...mas a ideia de fazer o cartão de natal está me motivando...adoro criar...adoro...adoro!!!