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Está tudo escuro...eu naõ enxergo absolutamente nada daquilo que está aqui.

Embora a paisagem seja óbvia e antiga e as estações do ano só fizeram com que ela se tornasse mais linda e real...ainda assim não vejo nada.

Não acho as flores que estão logo ali na esquina bonita onde o carteiro deposita uma carta de amor àquela jovem que não vejo mas ouço sua alegria...

Não vejo a rua, não vejo o sol, não vejo por mais que abra meus olhos nada vejo e tudo está exatamente ali, aqui...acontecendo neste exato e fracionado instante...e não interajo porque não vejo.

Não nego, não vejo.

E a vida segue seu colorido rumo ao horizonte de infinitas possibilidades e eu cego, perco o rumo, a valsa, os dias.

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O pós do apocalipse

É como se fosse um dia depois, nos escombros. A gente procurando reconstruir aquilo que ainda está de pé e lamentando as ruidas daqueles pilares que não irão mais se erguer. É um misto de morte com um incessante folego de vida, de querer, de ter por conta de...sabe lá oque, emergir da poeira e rastros desse pequeno apocalipse doméstico. Ainda há muito o que vasculhar, recuperar e se despedir. É um dia de trabalho intenso nesses escombros que se apresentam no cenário. E o mais sensato, ainda que automático, pois está desprovido de emoções reais, é levantar e recomeçar no novo mundo. Seja ele como for.
look at there it´s funny!

Solidão

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