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Welistones - O início da saga


Vou brincar de escrever.

Era um daqueles verões recordes em temperaturas altas. calor insuportável na metrópole atrapalhava até os pensamentos mais amenos e confundia tudo num turbilhão de vapores urbanos e atitude pacifica. 

Embora ainda o sol nem estivesse disposto a sair ele já estava em seu carro antigo e cheio de problemas tecnicamente incorrigíveis, para seu não tão técnico trabalho. 

Como seu carro não tinha ar condicionado - e mal tinha banco para sentar e a porta abria tranqüilamente em velocidades maiores que 50Km/h - vestia uma regatinha amarela de bolinhas, típica de turista, e lá ia embora pela marginal rumo ao seu tão querido trabalho. 

Na verdade, nem tão querido assim. Quando criança sua mãe, dona Jacileide, queria por tudo que seu filho se tornasse um homem publico, de honra, poder e prestigio como os filhos do seu patrão seriam com certeza. 

Mas com a educação recebida no país até que ele chegou bem perto. Quer dizer, não da forma como sua mãe sonhara mas ele era publico e até um certo poder lhe era permitido. 

Não, honra ele não tinha mesmo e na verdade nem precisava disso. E lá ia ele, feliz e contente no dia de calor para o subúrbio recolher a sua lista de tarefas. O quê? Você quer saber o trabalho do Welistones. 

>>>PAUSA PARA ETIMOLOGIA DA PALAVRA WELISTONES<<<< 

O pai dele havia visto um grupo de cabeludos cantando numa dessas tvs expostas num shopping da zona sul de São Paulo - não, ele não estava comprando e sim pertencia ao grupo de "faxiners" (ele adorava dizer isso) do prédio - e ouviu o apresentador dizer alguma coisa assim: "well, this is Stones, the Rolling Stones..." e seu ouvido achou sonora a frase e a resumiu no que podia e deu nisso: Nascia naquele momento Welistones, o braço direito da OCN - Organiazções Comerciais Nordestina - em São Paulo e especialista em cobrar dividas de mulheres com mais de 30 anos e senhores com mais de 55 anos. Cobrava também, graças a sua aparência viril, executivos esquecidos. esqueciam-se demais? Bem aí quem ficava esquecido do mapa social eram eles. 

Welistones era implacável e mantinha a ordem em suas tarefas. 
Sua frase predileta nas reuniões de motivação que tinha uma vez por mês na sede das organizações numa cidade do interior era: "Fazer o que tem que ser feito e perguntar se estava na hora depois." 

Mês passado ele até ganhou um fuzil AK-47 das mãos do próprio Painho - dono das organizações que trabalhava e, por consequência, dono de metade do país. 

Painho, como o chamavam, era muito humano e as pessoas que mandava matar na verdade eram um desabono a sociedade mesmo. 

Painho dizia: "Antes morto que mal acompanhado. Morreu-se é porque não havia companhia ruim pra ele nesse mundo. Só lamento ter sido pelas mãos dos meus filhos. Mas pela ordem e progresso da nação, alguém tem que sujar as mãos". 

>>>PRIMEIRO EMPREGO<<<< 
Bem...digamos que o rapaz nasceu no dia certo e na casa certa. Sua mãe trabalhava como doméstica numa casa muito abastada e por seus nobres dons na arte de cozinhar, ganhou a proteção da família mais temida, rica e perigosa daquelas bandas e, sendo assim, teve a gravidez mais tranqüila e cercada de confortos. 

E como não poderia deixar de ser, como sempre é, o garotinho Welistones cresceu naquele ambiente, muitas vezes comendo a mesma comida que os grandões da casa. 

Claaaaaaaro, na cozinha, lugar de empregados. 

Na mesma época nasceu Joca, o primogênito da família e eles passaram muitas tardes de criança brincando de pega-policia, pisa-pisa, mata-mata e até passaram muitos dos dias de verão incendiando homenzinhos de plástico para testar suas invencionices bélicas. 

Joca e Welistones ficaram muito amigos até que, ironicamente seus pais viram a luz no fim do tunel e passaram para o outro lado com uma diferença de datas muito pequena. Joca teve que assumir os negócios da família e tornou-se o chefão da maior organização já vista em todo país. 

Imediatamente chamou seu amigo Welistones para fiel escudeiro, mas como não tinha o sobrenome nobre da família não pode ficar com altos cargos. 

Bom, como chefe é chefe e ordens não são discutidas e sim obedecidas, ele ganhou o elegante oficio de cobrar as dividas antigas. Segundo Joca, era o posto mais digno e responsável que poderia sonhar um homem comum. 

Como Welistones eram comum até demais não sabia que poderiam existir outros sois e acreditou naquilo e tornou-se o melhor e jamais as organizações conhecera alguém com tamanha competência e agilidade...

continuarei outra hora.calma é necessário que entendam o personagem primeiro!!!

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