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Tenho muitos assuntos na mente hoje.

Li na alma e nas revistas, coisas interessantes a respeito de inveja, cultura,
estilo. Tenho até medo de parecer cética demais com todas as impressões
do dia.

Sei que somos ingenuamente bobos.

Bobos por acreditar que somos infinitamente melhores ou piores que muitas pessoas
quando na verdade somos o que podemos ser e por isso, nossa construção
vem de dentro para fora e não de fora para dentro.

Cada sentimento que adquiro, cada situação que vivo, cada emoção
passada, quer sejam boas ou ruins, são parte imprescindível para
minha educação e transformação.

E ainda tem gente que insiste em se medir de fora para dentro. Roupas, acessórios
estranhos e maneiras quase que anulam sua própria essência.

E isso não é exclusivamente adolescente. Ou se for, percebo que
vivemos numa eterna luta contra o medo de crescer e assumir o que nos transformamos.
Nosso resultado humano.

Mas na verdade, nossa ingênua vontade de ser melhor, sim, pois matamos
e criamos com a única intenção de ser melhor, de estar
melhor de possuir o melhor. Visando sempre o conforto. Tanto psicológico
quanto o espacial e, na maioria das vezes destorcendo valores.

E nessa desordem interna, repleta de valores invertidos e tentativas fracassadas
nos encontramos mais inserido no contexto dos outros do que do nosso: O que
vão pensar? como vão me ver? Aonde posso ser mais visado?

Em fim, uma parafernália de pensamentos corroídos de medo e ansiedade
por uma impressão que nem queríamos ter que passar.

Mas isso se torna tão necessário. Às vezes nem para as
pessoas que estão se colocando, direta ou indiretamente, como centro
de atenções, mas para aqueles que assistem.

Lembro quando cheguei na faculdade em 2000, acabava de vir de Salvador com todas
as honras (na minha opinião todas desmerecidas) que uma designer poderia
ter. Trabalhando e fazendo minhas facus.

Era mais velha não por dias corridos como por alma lançada ao
vento.

Era chato. Chato e divertido ver aquelas pessoas iguais a mim, muitas de idade
semelhante, se esforçando para que pudéssemos trocar idéias
de forma uniforme. Desde quando as trocas são uniformes? Nunca.

E nem poderiam ser.

O grande barato de trocar é justamente o desnivelamento aparente que
isso causa. Mas foi engraçado, eu, que me vestia sempre de um jeito básico
e tudo em mim é muito básico e resumido, me via dando conselhos
de moda e maquiagem para as garotas da minha idade milhares de vezes mais bem
vestidas e melhor maquiadas (sou muito moleca para me dar bem com essas coisas
femininas. Minha sorte é ter o nariz europeu. Senão seria fadada
a jequice for ever).

Era patético, eu era vermelha (no sentido comuna mesmo) demais para ser
elite e capacitada demais para ser um rosto a mais. O engraçado disso
é que eu não poderia ser de outra forma. As pessoas pareciam querer
que eu fosse algo a mais, trocasse mais idéias e fizesse muito mais coisas.
Só pelo simples fato de estar lá. Quando as coisas bacanas acontecessem.
E eu só queria estar na capital paulista para poder estar entre os iguais
da minha área. Aprendendo apenas.

Sou tímida demais pra chamar atenção...Mas se você
escolhe determinados tipo de caminhos, invariavelmente voce acaba por aparecer.

E eu resolvi abraçar a idéia de ser super. Que bobeira.

Entrei na historia que eu mais criticava.

Como sempre, não deu certo. A gente é tão a gente mesmo
que chega um momento que ninguém agüenta tentar imitar ninguém!
E muito menos sustentar uma imagem que na verdade só existe na nossa
mente, tentar absorver coisas...

Ha! Essa parte foi engraçada. Descobrimos todas nos que não poderíamos
ser muito mais daquilo que somos por dentro. E isso foi bom. Aprendi a cerca
de varias coisas com isso e esses últimos dias voltaram a minha mente.


Sou suspeita para falar qualquer coisa, pois minha vida é uma amorável
coleção de pessoas tanto boas quanto ruins e adoro cada novo nuance
que conheço dos distantes universos que interajo.

Mas uma coisa é certa: Somos únicos.

E deixando de lado nossas modéstias e inseguranças, somos nosso
melhor, nossa única criação completa, construção
perfeita de informações.

Àqueles que são bons, parabéns continuem trilhando caminhos
desiguais aos das pessoas ao redor.

O final certamente é muito doído e sofrido (ser bom custa muitos
neurônios e lagrimas mas rende umas boas noites de sono tranqüilo).

Àqueles que por vontade ingrata do destino, se construíram em
cima de pedras e tempestades intermináveis deixo uma breve conclusão:
Ninguém pode ser completo senão na morte.

Estamos em construção até o ultimo suspiro. Ninguém
tem culpa de ser o que é, embora seja construído por si próprio.


Mude o rumo dos pensamentos, cheque a realidade das metas almejadas e verifique
seu sono.

AH! Não esquece. O bem vem de dentro para fora, portanto, além
de pensamentos melhorados cuide da sua embalagem. Nem tanto e nem pouco. Mas
o suficiente para não atrapalhar seu sono.

Falei demai.

Boa semana povo!


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