Não sei exatamente se devo questionar ou
não:
Acordei meio estranha, ganhei flores de plástico no meu sonho, dormi
cheia de dor de estômago. Aquelas que antecedem sensações psicologicamente
ruins.
Olho no meu miranda e não o vejo. Ai me pergunto. Devo perguntar onde
estava? Curiosidade...será que não beira uma discreta invasão de privacidade. ÉE
possivel que estivesse tocando violão...não sei. Nem sei se me diz
respeito.
Tô ficando meio perdida nesse conceito todo. O que é meu, dele,
nosso. Até aonde eu devo ir. Será que já não deu a cota? Tenho medo do
desprendimento. Mas tenho mais medo do sufocamento. As vezes fico sem saber o
que pensar e a falta de pessoas conhecidas nessa city aumenta mais minha
confusão mental. Ai eu venho aqui e escrevo um texto parecido com um diário, um
desabafo.
Mas...onde estão os limites justos? Eu não sei de nada. Sei que
queria saber o que fazer mas não sei. Hoje acordei meio pra dentro, confundi-me
com meu estomago e estou interna, medrosa e esquisitinha. Queria pular de
para-quedas e achar amp3 da Vanessa da Mata.
É como se fosse um dia depois, nos escombros. A gente procurando reconstruir aquilo que ainda está de pé e lamentando as ruidas daqueles pilares que não irão mais se erguer. É um misto de morte com um incessante folego de vida, de querer, de ter por conta de...sabe lá oque, emergir da poeira e rastros desse pequeno apocalipse doméstico. Ainda há muito o que vasculhar, recuperar e se despedir. É um dia de trabalho intenso nesses escombros que se apresentam no cenário. E o mais sensato, ainda que automático, pois está desprovido de emoções reais, é levantar e recomeçar no novo mundo. Seja ele como for.