Pular para o conteúdo principal
Hoje eu estava escrevendo emails para meu ex cunhado perguntando sobre meu sobrinho e como posso vê-lo...meus olhos se encheram de água e me encontrei solitária pela primeira vez em muito tempo. Meu celular e meu fixo não tocam, meu carro saiu da garagem esta semana depois de um longo tempo dormindo...

Hoje é dia dos pais e eu praticamente sai ilesa desta data que não me pertencem pois o adjetivo que dá significado a ela eu não possuo...acho que deve ser por isto que estou me sentindo sozinha e olhando para os lados vejo qual longe de tantas coisas este simples adjetivo me deixou...é engraçado olhar a solidão de quem não tem familia...

Hoje em dia acredito que não saberia viver com uma pois...faz muito tempo que não sei o que é um cotidiano familiar...alguns 20 anos talvez e olha que só tenho um pouco mais de 25...é estranho...

Acho que sinto saudades do meu sobrinho pois ele significava para mim um novo começo de uma nova familia mas isto não aconteceu. A gente sempre cria espectativas e ilusões acerca das pessoas e acaba não funcionando pois dificilmente estas espectativas se concretizam em realidades...

Não é tenho irmãos, cunhados, sobrinhos que se tem familia. A solidão de não ter pátria continua a mesma. A familia tem que estar dentro de nós...nas lembranças, nas histórias, no legado...isto permite o coração ficar mais saciado de "familiaridade"...

Eu penso agora na maior provedora de legados e historias de familia que eu já tive: minha avó Paolina...vivemos pouco tempo juntas mas o suficiente para ter informações acerca dos meus antepassados que me fazem sentir parte de uma história, me identificar com alguns em atos e sentir que o sangue que pulsa em minhas veias é antigo e vem de vários antigos...e este sangue me permite não estar só até sua ultima gota parar de circular em mim...

é bom pensar nos meus antigos...me fortalece e me impele a querer novos em minha vida, familias novas, historias e lembranças novas...sempre...

Meu pai está no meu sangue...e hj é o dia dele no mundo comum...hoje é meu dia também...

Postagens mais visitadas deste blog

Sim...uma das piores coisas que existem na vida de um ser humano é ficar resfriado...ontem sai do treino numa chuvinha ridiculamente fina mas malvada. E acabei ficando pior do que já estava...aliás...tem coisa pior que nariz entupido? É muito chaaato. Por que ai vira uma bola de neve pois respiro ar frio e a coitada da garganta que já não está lá aquelas coisas fica pior... Ontem ia começar kenjutsu mas num teve...o sempai também tava dodói. Tá vendo porque gripe e resfriado são melecas?! Atrapalham a vida de todo mundo! Agora por exemplo está me atrapalhando a escrever pois tenho que parar de digitar e tossir ou limpar o nariz...uó Falando em nariz na volta do treino encontro em casa minha gata preta básica Boolie Boolie...ruiva!!! Não sei como ela conseguiu chegar até a água oxigenada do armário do banheiro mas sei que ela esta com indiscretas manchas vermelhas no seu pelo...tá muito engraçado...depois mostro foto da pequena maluca. Tinha que limpar a casa mas tô com aquela moleza ch...

O pós do apocalipse

É como se fosse um dia depois, nos escombros. A gente procurando reconstruir aquilo que ainda está de pé e lamentando as ruidas daqueles pilares que não irão mais se erguer. É um misto de morte com um incessante folego de vida, de querer, de ter por conta de...sabe lá oque, emergir da poeira e rastros desse pequeno apocalipse doméstico. Ainda há muito o que vasculhar, recuperar e se despedir. É um dia de trabalho intenso nesses escombros que se apresentam no cenário. E o mais sensato, ainda que automático, pois está desprovido de emoções reais, é levantar e recomeçar no novo mundo. Seja ele como for.
Ai eu fiquei pensando...eu poderia ter me apaixonado pelo sobrinho da minha vizinha a quase 20 anos atras, ou talvez por um coleguinha da escola a quase 20 anos atras e me casado como aconteceu com quase todas as minhas colegas da escola. eu poderia estar a mais de 20 anos na mesma cidade, no mesmo bairro e encontrar as mesmas pessoas todos os dias...e estas pessoas conheceriam a minha historia e muitas delas estariam comigo durante varios ritos de passagem. Minhas festas seriam grandes e intensas e os presentes seriam exatamente a minha cara. Eu viveria em um estado de total conforto onde o desconhecido não seria um amigo fiel e as surpresas não teriam proporções maiores do que a realidade menor. Talvez desta forma eu vivesse mais, teria mais historias comuns para contar a todos e talvez até fosse feliz e soubesse amar. Talvez eu até perdoasse mais e teria dentro do meu coração menos mágoas, menos saudades e menos aventuras. Talvez minha medida de sabedoria fosse menor mas suficiente ...