Pular para o conteúdo principal

Morte, Gratidão e Amor


Ultimamente, por conta das novas empreitadas que estou me envolvendo tenho me tornado uma pessoa diferente. Ousaria até dizer que estou me transformando numa pessoa melhor.

Percebo isso na quantidade de "Obrigada" sinceros que eu tenhodistribuido. São agradecimentos ricos em gratidão e felicidade por ter recebido a troca com o outro.

Tem também um conjunto de palavras que eu tenho usado de uma forma que nem em meus sonhos mais coloridos eu imaginei proferi-la com tamanha verdade é "Eu te amo". Sim eu finalmente entendi que eu amo do jeito e com a quantidade de amor que cabe em mim. E mesmo esta sendo pouca (ao me ver) é suficiente para distribuir e não ficar sem.

Acho que minha natureza lógica esteve me pregando algumas peças durante muito tempo sobre este sentimento e eu me dei conta agora.

Nas filosofias espiritualistas que eu acredito, existe uma vertente xamanica que fala que a morte é nossa fiel companheira.

Ela vive às nossas costas, como uma mulher japonesa seguindo seu esposo por respeito,  desde o momento do nascimento e a medida que nos desenvolvemos e com o passar dos anos ela vai se aproximando mais até que um dia, quando nossa vida neste planodeve chegar ao fim, ela se aproxima amorosamente e nos toca o ombro.
E neste toque, nossa alma é liberta.

Nesse caminho todo, nosso com a morte ao lado, estes xamanicos costumam conversar com ela longas horas, para se familiarizar com este ente invisível que ganhamos no início do nosso existir.

Esses dias eu conversei com minha morte. Um papo reto como se fala com um amigo. Sem pretenções ou solicitações. Apenas falei que senti ela se aproximando, não com o intuito de me tocar mas de me avisar para me cuidar.

Me cuidei e ela voltou aos 80cm de educação que toda boa morte segue como etiqueta.

Pensar e falar na morte me deu voz para agradecer e amar. A vida é curta, os planos muitas vezes não se realizam e o que fica disto tudo são os aprendizados interiores, os afetos e com um certo esforço, podem ficar também boas lembranças.

Acho que é por isso que estou mais leve, mais viva e mais receptiva e doadora de mim, de minhas histórias e afetos.

Talvez isto tudo seja um acentar de terrenos que vão receber novas sementes em breve. E estas sementes não vem com rótulo logo, não sei quais frutos exatamente sairão desta germinação.

Hoje, a morte, a gratidão e o amor são meus fiéis companheiros

Postagens mais visitadas deste blog

Sim...uma das piores coisas que existem na vida de um ser humano é ficar resfriado...ontem sai do treino numa chuvinha ridiculamente fina mas malvada. E acabei ficando pior do que já estava...aliás...tem coisa pior que nariz entupido? É muito chaaato. Por que ai vira uma bola de neve pois respiro ar frio e a coitada da garganta que já não está lá aquelas coisas fica pior... Ontem ia começar kenjutsu mas num teve...o sempai também tava dodói. Tá vendo porque gripe e resfriado são melecas?! Atrapalham a vida de todo mundo! Agora por exemplo está me atrapalhando a escrever pois tenho que parar de digitar e tossir ou limpar o nariz...uó Falando em nariz na volta do treino encontro em casa minha gata preta básica Boolie Boolie...ruiva!!! Não sei como ela conseguiu chegar até a água oxigenada do armário do banheiro mas sei que ela esta com indiscretas manchas vermelhas no seu pelo...tá muito engraçado...depois mostro foto da pequena maluca. Tinha que limpar a casa mas tô com aquela moleza ch...

O pós do apocalipse

É como se fosse um dia depois, nos escombros. A gente procurando reconstruir aquilo que ainda está de pé e lamentando as ruidas daqueles pilares que não irão mais se erguer. É um misto de morte com um incessante folego de vida, de querer, de ter por conta de...sabe lá oque, emergir da poeira e rastros desse pequeno apocalipse doméstico. Ainda há muito o que vasculhar, recuperar e se despedir. É um dia de trabalho intenso nesses escombros que se apresentam no cenário. E o mais sensato, ainda que automático, pois está desprovido de emoções reais, é levantar e recomeçar no novo mundo. Seja ele como for.
Ai eu fiquei pensando...eu poderia ter me apaixonado pelo sobrinho da minha vizinha a quase 20 anos atras, ou talvez por um coleguinha da escola a quase 20 anos atras e me casado como aconteceu com quase todas as minhas colegas da escola. eu poderia estar a mais de 20 anos na mesma cidade, no mesmo bairro e encontrar as mesmas pessoas todos os dias...e estas pessoas conheceriam a minha historia e muitas delas estariam comigo durante varios ritos de passagem. Minhas festas seriam grandes e intensas e os presentes seriam exatamente a minha cara. Eu viveria em um estado de total conforto onde o desconhecido não seria um amigo fiel e as surpresas não teriam proporções maiores do que a realidade menor. Talvez desta forma eu vivesse mais, teria mais historias comuns para contar a todos e talvez até fosse feliz e soubesse amar. Talvez eu até perdoasse mais e teria dentro do meu coração menos mágoas, menos saudades e menos aventuras. Talvez minha medida de sabedoria fosse menor mas suficiente ...