Pular para o conteúdo principal

Das coisas que se aprende quando está observando o caminho

É... As coisas mudaram por aqui. percepções, ilusões, fantasias e desejos tomaram um novo rumo, foram resignificados e hoje existe uma nova pessoa se reconstruindo dia a dia.

Confesso que é estranho conviver com este novo eu que veio acompanhado de um novo modo de pensar e olhar o mundo. E isto não aconteceu automaticamente e sim foi o resultado de uma série de buscas e jornadas interiores em busca dele: o eu de verdade.

Das coisas que ficaram de aprendizado posso dizer que a maior delas foi olhar, reconhecer e agora conviver de forma realista, com meu ego, meu euzinho, aquele tiraninho que mora dentro da gente e que se mal alimentado tentará o tempo todo nos sabotar.

Acho que por muitos anos, porém não a vida inteira, eu deixei ele ditar as partes mais importantes da minha vida e o resultado claramente foi um tanto quanto desastroso e cômico.

Ah, esse se dar conta... na verdade foi bem menos difícil do que eu imaginava. Compreendeer algumas atitudes, aceitar algumas pequenices que eu disfarçava com arrogâncias e pequenas manifestações de superioridade, abraçar meus medos e caminhar com eles de forma consciente e atenta e o principal: abrir espaço para um Eu maior atuar nos meus dias.

Hoje a tolerancia com meus erros e incapacidades é muito maior. Compreendo tantas coisas e tantos aspectos de mim mesma que terei uns bons 10 anos para integrar de forma plena.

Me sinto mais sadia, mais quieta, mais consciente de mim mesma e daquilo que posso, tenho e quero. O outro, que durante muito tempo foi o maior desafio na minha vida, gradativamente vai ganhando um espaço mais ameno dentro de mim.

Ainda tenho algumas dificuldades com comunidades em geral. Me mantenho quieta, observando tudo e ao mesmo tempo provando para mim mesma que são essas pessoas que vão ajudar a minha melhora.

Aqueles que estão próximos, parentes e amigos, ganharam um novo tom de afeto. Acho que passei a genuinamente a amar de uma forma mais madura aqueles que já amava e aqueles que tenho carinho, afinidade ou mesmo empatia, tenho realizado pequenos ensaios de aprofundamento deste afeto.

Ficou mais fácil. A medida que tudo ficou claro aqui dentro, o outro passou a ser uma figura mais acarinhada por meus sentimentos.

Ainda existem alguns aspectos bem difíceis de lidar e de educar mas eu os conheço. Estes dão trabalho. Me fazem ficar atenta ás palavras, aos sentimentos e até aos significados que estes aspectos recebem quando vivenciados em algum nível emocional. Nisto a meditação me ajuda muito pois minha atenção começou a ser voltada para meus atos e no que eles impactam no outro.

Mas de tudo, o que ficou mais forte e que me serve como mola propulsora para seguir na jornada de ser uma pessoa melhor é a certeza de que eu tenho limites, sou rasa em vários âmbitos da vida e que sou uma buscadora com a eternidade inteira para aprender.

Eu posso dizer, com uma certa propriedade que comecei a experimentar genuinamente os momentos felizes. Não tenho nada, mas tenho tudo pois posso construir a partir disto.

Até meus sonhos mudaram. Meus pesadelos com gatos que tinha desde pequena acabaram, viraram sonhos bons recheados de sentimentos de afeto e cuidado. Não vou chorar mais a noite.

Do futuro eu realmente não sei o que me reserva mas seguirei. Bem de boa, observando a paisagem e como eu caminho por ela. Pois o foco é o agora. Cada dia é um dia importante para aprender a ser melhor e como sou uma aluna muito desligada, preciso aproveitar o máximo que puder.

Tenho bons sentimentos pelo universo. Sempre tive. Agora mais.

Postagens mais visitadas deste blog

Sim...uma das piores coisas que existem na vida de um ser humano é ficar resfriado...ontem sai do treino numa chuvinha ridiculamente fina mas malvada. E acabei ficando pior do que já estava...aliás...tem coisa pior que nariz entupido? É muito chaaato. Por que ai vira uma bola de neve pois respiro ar frio e a coitada da garganta que já não está lá aquelas coisas fica pior... Ontem ia começar kenjutsu mas num teve...o sempai também tava dodói. Tá vendo porque gripe e resfriado são melecas?! Atrapalham a vida de todo mundo! Agora por exemplo está me atrapalhando a escrever pois tenho que parar de digitar e tossir ou limpar o nariz...uó Falando em nariz na volta do treino encontro em casa minha gata preta básica Boolie Boolie...ruiva!!! Não sei como ela conseguiu chegar até a água oxigenada do armário do banheiro mas sei que ela esta com indiscretas manchas vermelhas no seu pelo...tá muito engraçado...depois mostro foto da pequena maluca. Tinha que limpar a casa mas tô com aquela moleza ch...

O pós do apocalipse

É como se fosse um dia depois, nos escombros. A gente procurando reconstruir aquilo que ainda está de pé e lamentando as ruidas daqueles pilares que não irão mais se erguer. É um misto de morte com um incessante folego de vida, de querer, de ter por conta de...sabe lá oque, emergir da poeira e rastros desse pequeno apocalipse doméstico. Ainda há muito o que vasculhar, recuperar e se despedir. É um dia de trabalho intenso nesses escombros que se apresentam no cenário. E o mais sensato, ainda que automático, pois está desprovido de emoções reais, é levantar e recomeçar no novo mundo. Seja ele como for.
Ai eu fiquei pensando...eu poderia ter me apaixonado pelo sobrinho da minha vizinha a quase 20 anos atras, ou talvez por um coleguinha da escola a quase 20 anos atras e me casado como aconteceu com quase todas as minhas colegas da escola. eu poderia estar a mais de 20 anos na mesma cidade, no mesmo bairro e encontrar as mesmas pessoas todos os dias...e estas pessoas conheceriam a minha historia e muitas delas estariam comigo durante varios ritos de passagem. Minhas festas seriam grandes e intensas e os presentes seriam exatamente a minha cara. Eu viveria em um estado de total conforto onde o desconhecido não seria um amigo fiel e as surpresas não teriam proporções maiores do que a realidade menor. Talvez desta forma eu vivesse mais, teria mais historias comuns para contar a todos e talvez até fosse feliz e soubesse amar. Talvez eu até perdoasse mais e teria dentro do meu coração menos mágoas, menos saudades e menos aventuras. Talvez minha medida de sabedoria fosse menor mas suficiente ...