É a lua nova no Polo norte, por do sol quando a lua está no ápice de sua proximidade com a terra...poeticamente falando é a força da lua sobrepujando a força do sol que se encolhe, encobre e se esconde da noite escura que surge sob os domínios da lua...
é simples, usual pois todas as noites a lua está sob sua majestade ainda que haja nuvens no céu...ela está lá...e esta simplicidade toda é tão única e tão imponente tanto no Polo Norte quanto no Sul...
...isso me remete a pensar em nós...é tudo tão simples e a gente complica tanto...a gente quer demais e na nossa hora e esquece que nossa hora é tão somente nossa que não pertence ao outro...
...a gente quer certezas e planos certos que não existem...e queremos já, agora, quando na verdade nem é para acontecer...
...a gente quer viver rápido e agitadamente para fazer a vida ter sentido mas se perdendo em caminhos errados, cansativos e com pouca visibilidade...nos fazendo ficar velhos antes do tempo e morrer lentamente com o acumulo de ilusões que nossos planos iniciais nos levaram a colecionar...
...a gente também quer tudo do jeito certo e nem sabe qual é este jeito...e como não sabemos o que é nossa busca, corremos em circulos, ficamos perdidos e seguimos perdidos observando as paisagens que não são nossas...vivendo coisas qua não são nossas...vestindo sapatos e roupas que não são nossos...
...a gente procura grandes finais, triunfantes batalhas e sucessos homéricos mas esquecemos os começos, as bases e alicerces para estes cenários...a gente não quer pouco mas não adminstra bem o muito...a gente é pequeno...querendo ser grande...
Quando a lua aparece no céu a gente pode ter uma certeza: ela sempre esteve no céu...desde antes de todos os antes...ela está lá...imponente no Norte ou no Sul...esteja o céu como estiver.
Isto é simples, grande, correto e triunfante...é a certeza de que o firmamento continua acontecendo em todas as vidas que pudemos viver...rodar...sentir.
E se a gente tivesse fases assim como a lua...ou todos os dias houvesse um nascimento e um pôr para cada um de nós...certamente com a proximidade do fim das fases ou dos "pores" conseguiriamos entender a beleza, a sabedoria e a riqueza que há em viver na plenitude...não procurando formas de rapidez ou agilidade de driblar a vida e todos os contras que ela nos fere e sim fazer de toda nossa caminhada algo manso, cheio de conhecimentos e abundância em todos os sentidos...
...entenderíamos que tudo contribui quando fazemos parte do todo...e que a vida é bem mais facil quando fluimos com ele...e não ao contrário, criando nossos métodos funcionais que em pouco tempo nos aprisionam e nos consomem ...
Se a gente tão pouco se amasse...saberiamos como viver...e contemplar.