Pular para o conteúdo principal
Ultimamente tenho me lembrado muito de quando era pequena. Não sei se porque estou fazendo natação (que era meu esporte de infancia depois do balet) ou porque estou numa fase tão complexa da minha pequena vida e enxergando tanta coisa grande nela que me faz inconscientemente me buscar pequena para entender a grande.

É estranho...a sensação é que existiram duas iris distintas. Uma desapareceu com a morte dos pais e depois de quase 20 anos voltou e está perdida. Me percebo acordada. Essa é a sensação que explica bem a sensação. Lúcida, conectada a realidade e ativa na minha própria vida.

É estranho olhar essas letras pois para uma boa parte de pessoas que diariamente trocam comigo isto não faz o menor sentido mas para mim tem toda a diferença... até do ar que respiro. Na verdade os próximos posts serão mais para eu analisar esta nova etapa do que para alguém que está lendo...desculpe...totalmente inmyself.

Hoje em especial me lembrei muito de uma vez que briguei com toda a sala de aula e ninguém falava comigo...foi horrível e me lembro da sensação até hoje...não sei o que eu fiz mas boa coisa não foi...aliás...olhando este cenário, dá para perceber nitidamente minha vocação para pimenta...não me lembro de ter sido uma criança doce e serena...sempre fui estriquinada e tirana...cheia de idéias que adorava impor para as pessoas ao meu redor.

Me lembrei de quando aprendi espanhol...eu deveria ter uns 7 anos...no máximo 8...peguei o livro da minha mãe e comecei a ler...e fui aprendendo coisas q até hj sei por causa daquela época...hehe...pq depois nunca mais estudei...mas até leio legal coisas em espanhol...

Eu não parava...sempre alimentando minha mente com informações...lembro da minha coleção de desenhos de cabelos, da coleção de plantas de apartamentos, das bombas, da casinha de bonecas de papelão que eu e minha irmã adoravamos brincar e construir.

lembro que teve uma época que minha mãe descobriu que eu tinha QI acima da média e ficou biruta...num lembro se fui na psicologa ou se não fui...sei que ela me deu uma revista de adultos para ler com informações sobre esta "excepcionalidade" e depois se densecadeou a maior maratona de compromissos na minha vida...fazia todos os cursos imagináveis e todos os dias...as aulas de ingles eram com uma turma mais velha e chata p caramba e eu morria de vergonha...

lembro que o que eu mais gostava era de estudar em casa duas coisas ao mesmo tempo e ouvir musica...acho que musica ouço desde muito pequena...ligava na transamerica ou na jovempan e já era...

O que penso disso tudo: eu era uma menina estranha. Enquanto a minha irmã brincava na rua com as vizinhas eu lia, criava planos infalíveis, projetos para a Matel (antiga estrela) e para futuros carros mas era absolutamente feliz.

Confeccionava as roupas da minha barbie (alias passava horas costurando depois que enlouqueci minha vó para me ensinar o ofício), cortava todos os cabelos de todas as bonecas segundo o manual de cabelos feito por mim, aprendia a cozinhar com minha avó, azucrinava minha mãe com perguntas complicadas e enlouquecia meus colegas de classe com minhas idéias malucas...sim...sempre tive bom humor...mesmo pimenta...

Eu era uma criança feliz. Solitaríssima mas feliz porque podia criar tudo e aprender muito. Era como se o mundo não tivesse limites.

É legal olhar isso tudo e ver agora como sou. Exatamente assim...a pequena iris engenhoca. Hoje não viajo na maionese pq tenho bocas felinas para alimentar mas sou eu aquela de ontem...e eu passei quase 20 anos negando isso...

Hoje me olho tomando psicotrópicos e não entendo porquê...mas entendo sim.Entendo exatamente a extensão de tudo que minha psicologa diz, das coisas que vivo e do meu reconhecimento de mim...tudo parece dificil pela dimensão estranha que veio...

Olhar minha essencia me faz bem...tenho estudado muito a respeito da ansiedade que sinto e do cansaço tb...resultado de mudanças...elas doem um pouco mas me libertam...como eu disse para mim mesma hoje: Eu consigo divisar o exato futuro que teria se continuasse a seguir esta estrada e sei que não era nada bom...mas como estou mudando de rumo...ao menos tenho a possibilidade de encontrar no novo caminho coisas boas...já que o antigo estava fadado ao insucesso.

Bençãos.

Postagens mais visitadas deste blog

Sim...uma das piores coisas que existem na vida de um ser humano é ficar resfriado...ontem sai do treino numa chuvinha ridiculamente fina mas malvada. E acabei ficando pior do que já estava...aliás...tem coisa pior que nariz entupido? É muito chaaato. Por que ai vira uma bola de neve pois respiro ar frio e a coitada da garganta que já não está lá aquelas coisas fica pior... Ontem ia começar kenjutsu mas num teve...o sempai também tava dodói. Tá vendo porque gripe e resfriado são melecas?! Atrapalham a vida de todo mundo! Agora por exemplo está me atrapalhando a escrever pois tenho que parar de digitar e tossir ou limpar o nariz...uó Falando em nariz na volta do treino encontro em casa minha gata preta básica Boolie Boolie...ruiva!!! Não sei como ela conseguiu chegar até a água oxigenada do armário do banheiro mas sei que ela esta com indiscretas manchas vermelhas no seu pelo...tá muito engraçado...depois mostro foto da pequena maluca. Tinha que limpar a casa mas tô com aquela moleza ch...

O pós do apocalipse

É como se fosse um dia depois, nos escombros. A gente procurando reconstruir aquilo que ainda está de pé e lamentando as ruidas daqueles pilares que não irão mais se erguer. É um misto de morte com um incessante folego de vida, de querer, de ter por conta de...sabe lá oque, emergir da poeira e rastros desse pequeno apocalipse doméstico. Ainda há muito o que vasculhar, recuperar e se despedir. É um dia de trabalho intenso nesses escombros que se apresentam no cenário. E o mais sensato, ainda que automático, pois está desprovido de emoções reais, é levantar e recomeçar no novo mundo. Seja ele como for.
Ai eu fiquei pensando...eu poderia ter me apaixonado pelo sobrinho da minha vizinha a quase 20 anos atras, ou talvez por um coleguinha da escola a quase 20 anos atras e me casado como aconteceu com quase todas as minhas colegas da escola. eu poderia estar a mais de 20 anos na mesma cidade, no mesmo bairro e encontrar as mesmas pessoas todos os dias...e estas pessoas conheceriam a minha historia e muitas delas estariam comigo durante varios ritos de passagem. Minhas festas seriam grandes e intensas e os presentes seriam exatamente a minha cara. Eu viveria em um estado de total conforto onde o desconhecido não seria um amigo fiel e as surpresas não teriam proporções maiores do que a realidade menor. Talvez desta forma eu vivesse mais, teria mais historias comuns para contar a todos e talvez até fosse feliz e soubesse amar. Talvez eu até perdoasse mais e teria dentro do meu coração menos mágoas, menos saudades e menos aventuras. Talvez minha medida de sabedoria fosse menor mas suficiente ...