Era um sábado comum, de afazeres comuns e liturgias comuns. Não fosse o fato de, pela primeira vez, após intermináveis aulas de canto lirico, iria a mocinha se apresentar cantando uma pequena ária de Bethoven: Óde à alegria.
Anunciado a apresentação, certo temor subiu-lhe as pernas, um rubor incessante incriminava a total novidade a que era imposta e o frio na barriga aconteceu.
Subindo ao palco, visualizou todos e ao som da nota introdutória à sua vez...enfrentou o frio que sentia dentro de si e terminou por fazer o que havia se proposto.
Essa até então era uma das únicas e raras manifestações de frio na barriga que eu havia sentido.
Não fosse hoje pelo seu aparecimento após uma semana de total silêncio, quando enfim resolveu, ele, falar comigo.
Pisca a tela e esfria me por dentro.
Não sou dada a muitas dificuldades de me expressar e muito menos de saber o que falar, no entanto, as palavras me esvairam e tudo parecia pouco lógico. Os monossílabos começaram a enlouquecer minha...