Pular para o conteúdo principal
To ouvindo um cd novo. Que ganhei a muito tempo mas fui recebe-lo sexta feira.
Sei lá. Fim de semana bem confuso onde fiquei perto de minhas origens falando demais delas, segredando algumas coisas depois de uma triste constatação.
Mas a noite terminou feliz. Sabe...tenho a impressão certa de que nunca mais quero ficar longe dele. Briguei meio stressadamente a tarde mas, depois de tanta coisa bacana conversada, ja que não rola outra coisa senão amizade porque não estou dentro dos padrões "boa moça casadoira" que ele almeja, ao menos seremos bons e conectados amigos.
Me deu, por instantes, naquele dia, saudades da época que eu era mais nova, morava sob tutela da galera maluca lá de casa e era totalmente regrada e condicionada por eles...mas o que eu tava pensando! Que maluquice!
Ter feito uma escolha me deu tanto viço e tanta alegria e hoje finalmente colho frutos da aposta que fiz comigo mesma de que eu sabia o que queria.
Mas essa coisa de preconceito sempre me seguiu. Engraçado isso. Por isso entendia tanto o Dani. As pessoas te julgam pela sua familia, pela sua origem.
Se voce é muito simples, te rotulam; se voce é mais nobre, te rotulam; Se tem familia, rotulos; Se não tem, rotulos novamente.
A gente parece uma ampola de remédio! uó!
Me lembrei a beça, da época que eu era adolescente e do quanto os pais das minhas amigas achavam eu e a minha irmã umas coisas abomináveis por nao termos pais e por nossos "malucos" tios fora do universo social deles e, diga-se de passagem, não precisavam ostentar e fazer de conta: Bancavam seus luxos na maior dignidade. O que diferia imensamente dos pais das minhas amigas.
Eu adorava aquilo. Minha realidade, com meus tios descoordenados e minha vida nada ortodoxa. Sei que só não era excluida da vida social daquela galera por causa do dinheiro que a gente ainda tinha.
Quantas vezes eu e a minha irmã conversamos a esse respeito. Não era facil. E isso acabou desde que rompi com tudo. Mas, de repente, do nada, me vejo novamente cuidada com esse tipo de observação.
Sei lá, o fato de que a 15 anos não tenho pais não significa que não tive educação, princípios, não significa que não fui orientada de alguma forma pelos meus tios e tutores e ainda mais, o fato de ter optado por não estar ao lado deles, estar num lugar distante e vivendo minha vida da minha maneira não significa que será delituosa, promiscua e muito menos imoral e indigna.
Na verdade, só sobrevivo aqui, ilesa a vicissitudes e pequenezas da vida por que, justamente tive esse background familiar. Tive conforto, apoio, estudo, carinho.
Mas optei por mim mesma. Não acho isso indigno. Claro que, no decorrer dessa escolha houveram espinhos, mas já passou.
Algumas coisas me arrependi, jamais faria novamente e isso é muito forte.
Mas não queria ser ou estar como minha prima, minha irmã. Quero ser e estar como estou agora. Viva, intensa e cheia de coisas boas para fazer.
Quem realmente me conhece sabe que sou bem diferente dessa visão "liberta" que querem me colocar.
Sou total na minha, nada deslumbrada e convicta de que posso ser feliz. E, se tiver uma pessoa ao meu lado vai ser ótimo. Mas ela vai ter que entender que não terá sogros, quando um bebê nascer terá uma única vó e se quiser, por exemplo, me pedir em casamento, terá de ser para mim e estar ciente de que, provavelmente não verá meus familiares na cerimonia.
Escolhas são pra sempre. Todas elas, de alguma forma.
Não me arrependo. O que me magoa, é ver toda essa construção a duras penas, interpretada de forma tão cruel ainda hoje, pelas pessoas que penso querer bem.
Sei que, muita coisa mudou sexta feira. Confesso que fiquei feliz com isso. Algumas más impressões foram por terra.
Aí fico pensando...a gente complica demais a vida, não quer enchergar as coisas boas ao redor e teme apostar em risco. Quando na verdade, o risco somos nós que fazemos. Na normalidade e na rotina, o risco duplica.
Sei lá...to numa guerrilha muito grande dentro de mim. Não quero gostar demais de quem me tem como uma pessoa "fora do padrão". Não quero sofrer. Acho que posso ignorar isso tudo. Mas confesso que fiquei pensando bastante, e nos meus devaneios tolos de quem queria ser feliz, visei uma possibilidade de amor.
Sei lá...acho que to viajando demais e fico vendo possibilidades na impossibilidade...Pior disso tudo, discriminação...aiai...alguem pode parar tudo. Quero descer! Acho qeu não mereço isso...vou comer pao de queijo!
bjos

Postagens mais visitadas deste blog

Sim...uma das piores coisas que existem na vida de um ser humano é ficar resfriado...ontem sai do treino numa chuvinha ridiculamente fina mas malvada. E acabei ficando pior do que já estava...aliás...tem coisa pior que nariz entupido? É muito chaaato. Por que ai vira uma bola de neve pois respiro ar frio e a coitada da garganta que já não está lá aquelas coisas fica pior... Ontem ia começar kenjutsu mas num teve...o sempai também tava dodói. Tá vendo porque gripe e resfriado são melecas?! Atrapalham a vida de todo mundo! Agora por exemplo está me atrapalhando a escrever pois tenho que parar de digitar e tossir ou limpar o nariz...uó Falando em nariz na volta do treino encontro em casa minha gata preta básica Boolie Boolie...ruiva!!! Não sei como ela conseguiu chegar até a água oxigenada do armário do banheiro mas sei que ela esta com indiscretas manchas vermelhas no seu pelo...tá muito engraçado...depois mostro foto da pequena maluca. Tinha que limpar a casa mas tô com aquela moleza ch...

O pós do apocalipse

É como se fosse um dia depois, nos escombros. A gente procurando reconstruir aquilo que ainda está de pé e lamentando as ruidas daqueles pilares que não irão mais se erguer. É um misto de morte com um incessante folego de vida, de querer, de ter por conta de...sabe lá oque, emergir da poeira e rastros desse pequeno apocalipse doméstico. Ainda há muito o que vasculhar, recuperar e se despedir. É um dia de trabalho intenso nesses escombros que se apresentam no cenário. E o mais sensato, ainda que automático, pois está desprovido de emoções reais, é levantar e recomeçar no novo mundo. Seja ele como for.
Ai eu fiquei pensando...eu poderia ter me apaixonado pelo sobrinho da minha vizinha a quase 20 anos atras, ou talvez por um coleguinha da escola a quase 20 anos atras e me casado como aconteceu com quase todas as minhas colegas da escola. eu poderia estar a mais de 20 anos na mesma cidade, no mesmo bairro e encontrar as mesmas pessoas todos os dias...e estas pessoas conheceriam a minha historia e muitas delas estariam comigo durante varios ritos de passagem. Minhas festas seriam grandes e intensas e os presentes seriam exatamente a minha cara. Eu viveria em um estado de total conforto onde o desconhecido não seria um amigo fiel e as surpresas não teriam proporções maiores do que a realidade menor. Talvez desta forma eu vivesse mais, teria mais historias comuns para contar a todos e talvez até fosse feliz e soubesse amar. Talvez eu até perdoasse mais e teria dentro do meu coração menos mágoas, menos saudades e menos aventuras. Talvez minha medida de sabedoria fosse menor mas suficiente ...