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"Era noite. E como toda noite de tempestades, escura, nada silenciosa e de aromas intensos. Ok. Noites assim não podemos sair de casa. Ela também não podia. Muito embora seu mundo tivesse voltado a luzir de dentro daquele castelo. Ela estava bem aconchegada por lá. acabara de chegar de um alonga e exaustiva viaem e a chuva lhe caia bem.
Olhou ao redor de seu quarto, notou a familiaridade das coisas exatamente onde sempre estiveram e sorriu. Tranquilamente ali, tudo podia esta sendo controlado. Já havia disputado muitas guerras com seres desconhecidos, travado lutas com ela mesma que a fizera mudar em muitas coisas. Agora estava em cas. A mais alta daquele lugar, a mais protegida e mais bem guardada. Sozinha, mas em companhia de suas aventuras e lembranças. Pensava até em fazer festas, convidando a população local, que a muito desejava um encontro com a princesa que nunca era vista. Aideia lhe pareceu fantastica e sentou-se junto a lareira quente para anotar as primeiras providencias.
A lareira estava acesa, quente e como sempre, tranquilizadora. Sua poltrona, no mesmo lugar. Não encontrou Rococó. Por minutos se preocupou mas logo percebeu que o montinho de pelos se ajeitara preguiçosamente aos seus pés, em cima de sua saia longa e pesada.
Sorriu, olhou para o teto como quem procurasse uma inverdade naquele local, algo fora do lugar. Senti nitidamente a diferença de alguma coisa que nao tocava, não sabia o que era...só sentia. E buscando essa sensação vagou em pensamentos por longo tempo. Inquieta. Olhou o chão, a janela, levantou-se e vagarosamente se dirigiu até ela. Rococó reclamou mas continuou dormindo em sua saia e deslisando pela sala a acompanhou.
O primeiro encontro com o horizonte quase interminavel daquele lugar a fez despertar como se já tivesse definido e encontrado oque lhe afligia. Sentiu novamente que nao mais pertencia aquele lugar. Quis voltar a correr pelos campos e chorou. Nunca pensou que poderia querer voltar a correr longe de tudo que sempre foi seu, longe de sua historia, de suas preferencias, seu povo, suas pessoas. Trocaria tudo aquilo novamente pelo oculto, misterioso e amplo mundo de fora, que ela já conhecia muito bem e sabia de seus perigos e prazeres. Ainda assim, sentia dentro de seu corpo a sensação ainda latente do desbravar o desconhecido. Chorou. Nunca quis mudar e havia mudado tanto. Era imortal. Mais do que nunca pensará ser. Olhou tudo ao redor dentro do quarto. Nada mais tinha sentido e, ao mesmo tempo, tudo era exato. Voltou a cadeira e aquela noite tomou todas as providencias para a festa. Quis agir assim, preferiu assim. Ao menos, até enquanto poderia se enganar."

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