"Porque há para todos nós um problema sério... Este problema é o do medo." (Antonio Candido, Plataforma de Uma Geração) Em verdade temos medo. Nascemos escuro. As existências são poucas:Carteiro, ditador, soldado. Nosso destino, incompleto. E fomos educados para o medo. Cheiramos flores de medo. Vestimos panos de medo. De medo, vermelhos riosvadeamos. Somos apenas uns homense a natureza traiu-nos. Há as árvores, as fábricas, Doenças galopantes, fomes. Refugiamo-nos no amor,este célebre sentimento,e o amor faltou: chovia,ventava, fazia frio em São Paulo. Fazia frio em São Paulo...Nevava. O medo, com sua capa,nos dissimula e nos berça. Fiquei com medo de ti,meu companheiro moreno, De nós, de vós: e de tudo. Estou com medo da honra. Assim nos criam burgueses, Nosso caminho: traçado. Por que morrer em conjunto? E se todos nós vivêssemos? Vem, harmonia do medo,vem, ó terror das estradas,susto na noite, receiode águas poluídas. Muletas do homem só. Ajudai-nos,lentos poderes do láud...