Conheci uma pessoa linda, nesses dias em que aflora em mim o mais louco sentido de poesia, alguma coisa meio abstrata da minha realidade trouxe uma calma calculada. Uma vontade muito grande de voltar e ser exatamente do jeito que sempre fui, e hoje, pela loucura diaria que apaga os rastros e nos afasta constantemente da nossa real personalidade, nos transformando em esteriotipos de uma grande produção em série, hoje, justo hoje me vi amando possibilidades de ser eu mesma e estar junto de alguem que não se assuste comigo. É engraçado...a paz interior, coadjuvada com doses de psicotropicos fitoterapicos é algo como uma casinha na montanha e um monte de crianças correndo em volta e muita comidinha gostosa exposta numa mesa farta.Sonhei esse sonho hoje, parei de programar e sonhei com vinhos, familias e alegria. Coisas simples. Bem diferente das listras coloridas e dos layouts perfeitos que andava sonhando.E assim mesmo, como agora, nesse dia bucolico e porque nao romantico de fim de inverno gaucho, me sinto introspecta, forjadamente tranquila e de uma forma estranha mais adulta e feliz...meus sonhos voltaram no tempo. Tempo esse que nunca deixei de estar, apenas a vida, e sua grande roda de valores me fez, digamos que, perder o foco. Foco de mim, que hoje timidamente vem ao meu encontro. Limpido e sereno. Como um bom final feliz.
É como se fosse um dia depois, nos escombros. A gente procurando reconstruir aquilo que ainda está de pé e lamentando as ruidas daqueles pilares que não irão mais se erguer. É um misto de morte com um incessante folego de vida, de querer, de ter por conta de...sabe lá oque, emergir da poeira e rastros desse pequeno apocalipse doméstico. Ainda há muito o que vasculhar, recuperar e se despedir. É um dia de trabalho intenso nesses escombros que se apresentam no cenário. E o mais sensato, ainda que automático, pois está desprovido de emoções reais, é levantar e recomeçar no novo mundo. Seja ele como for.