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O clássico dos clássicos



Como um clássico caso clássico de madrugada de segunda insone, acordei por conta de um pesadelo onde eu pagava um boleto de cinco mil para comprar uma armadura de treino.

Obviamente fiquei acordada por um tempo pensando nisso e no motivo pelo qual a arte marcial tem me assobrando desde a morte da Boolie e do agravamento quando tive que colocar uma usada e suja no ultimo treino que fui.

O fato claro é que não quero usar um sujo e nem alugar mas não tenho coragem de falar isso para o professor. Acho errado eu alugar um material que não me serve direito e é muito velho e sujo. Eu passei mal e tenho certeza que muito da minha pressão ter baixado no ultimo treino foi por conta do fedor do material.

Enfim eu tenho pensado muito nisso, na vontade real de estar treinando, se eu fui envolvida por uma decisão de coração ou pelo calor de uma paixão e uma vontade de compartilhar coisas em comum e a resposta me parece clara: quero sim treinar. Mas não quero vestir aqueles bogus velhos e muito menos pagar para vesti-los e não quero comprar um novo muito caro.

Quarta quero ir treinar pois tenho que acertar a mensalidade mas estou com receio de ter que colocar aquela armadura novamente. Isso tudo parece boboca, dado o conteúdo que eu usualmente costumo postar por aqui (naquelas, né...) mas tem uma razão que preciso enxergar mais claramente e só a escrita me ajuda nesse processo.

Eu não sou dada a fazer coisas que não quero e muito menos a não comunica-las. O fato de não achar justo colocar o sujo e velho e pagar por ele (alugar), o fato de achar caro e precoce demais ter a unica alternativa de comprar um novo como solução para seguir treinando também não me parece justa para mim e a orgânica vontade de falar isso para o professor, abraçada com um imenso medo de mais uma vez ser uma mal educada, rebelde e patricinha samurai, me deixa inquieta, ansiosa, com vontade de largar tudo calada e perder mais uma vez um espaço que gosto, aprendo e conquistei mesmo sendo assim" mal educada" como costumo me referir a mim mesma (com certeza erroneamente).

Hoje só consigo pensar na arte associada a uma série de fatos constrangedores. Ela pesa, oprime, anula. E não era para ser assim, Não foi essa a proposta que me fez voltar para os treinos. Eu quero estar lá mas talvez sendo outra pessoa, tendo um personagem para me cobrir e aproveitar os aprendizados secretamente.

Não gosto desse me sentir inadequada e sei que não tem sentido e que isso é claramente uma transferência que não consigo identificar a origem...ou consigo e não quero...

Quero parar de estudar vedanta, seguir na dança e na psicologa e voltar a amar a luta de espadas. Se ajuda na identificação: final de semana estranho com sentimentos depressivos mas a sensação boa de ter cuidado da casa e das gatas como nos tempos de Boolooloo.

Definitivamente ficar muito tempo em casa ainda me causa uma tristeza mesmo que eu não chore ou exteriorize a falta da Boolie nos meus dias. Minha companhia foi meu ex que surgiu como um sonho dourado com seu humor bobo exatamente igual ao meu e suas promessas que nunca irá cumprir...

As coisas estão ainda muito confusas e a impressão que eu tenho é que a medida que as coisas não são resolvidas aqui dentro, essa confusão se espalha e atinge vários outros aspectos, me inundando de confusão e receios...e eu só queria realmente ficar de boas. Exatamente como finjo estar para todos os que me cercam.

O mais ridículo disso tudo é que, ficar em casa me oprime, sair de casa me deprime mas nesse momento a depressão velada é a melhor das opções pois me distrai. E eu preciso não entrar muito para dentro pois as chances de não voltar tão cedo, são grandes.

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